quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Começou...



A Rio+20, agora é que começa.
Por Plínio Ribeiro

Passado um pouco mais de um mês desde o encerramento oficial da Rio+20, apelido da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, o sentimento que fica para quem acompanhou as manchetes de alguns dos principais  jornais e revistas do país é de pura desilusão:
“Conferência da ONU termina com acordo criticado e deixa para mais adiante definições cruciais para o futuro do planeta” (O Globo, 23/06/12)
“Documento fraco e decepção marcam último dia da Rio+20” (O Estado de S. Paulo, 23/06/12)
“A previsível frustração com os resultados da Rio+20” (Valor, 27/06/12)
“O futuro a Deus pertence” (Carta Capital, 04/07/12)
O sentimento seria diferente a partir de uma análise mais qualificada e menos sensacionalista daquilo que realmente estava e, principalmente, não estava em jogo nesse grande encontro planetário ocorrido no Rio de Janeiro recentemente.
E o que não estava em jogo?
1.     A Rio+20 não foi uma conferência ambiental. Num contexto no qual a maior parte das fontes de informação vem de Organizações da Sociedade Civil, principalmente ambientalistas, fica a impressão de que os países ali reunidos debatiam uma agenda de meio ambiente. Não era o caso. A Conferência sobre o desenvolvimento sustentável foi sobre um tipo de desenvolvimento, relativamente novo conceitualmente e ainda em fase inicial de aplicação pela maioria dos países, inclusive aqui no Brasil. Em se tratando de uma agenda de desenvolvimento, já existe uma em curso e com prazo até 2015 sob os auspícios da ONU. Tal agenda é medida e acompanhada a partir das chamadas metas do milênio, ou os objetivos do milênio (http://www.objetivosdomilenio.org.br/). Nesses 8 grandes objetivos a agenda ambiental é apenas uma das metas.

2.     Mobilizar recursos financeiros entre os países de longe foi o objetivo da Rio+20. Pior ainda é quando a grande mídia enfatiza que foi um fracasso por que não foram mobilizados os recursos “necessários”. Mas o que é necessário? Em primeiro lugar, um absoluto realinhamento dos subsídios governamentais, dos mesmos governos ali reunidos. Passa de US$ 600 bi o subsídio à indústria fóssil no mundo. Se somarmos aos subsídios à da pesca predatória e da agricultura poluente, a conta passa de 1 trilhão de dólares ao ano, 2 trilhões de reais ao câmbio de hoje. No mesmo dia que anunciaram o fracasso de fechar um fundo de apenas US$ 30bi, o chamado fundo verde, as vinte maiores economias do mundo (G-20), nesse caso representadas por seus respectivos chefes de estado e ministros da economia, aprovaram um aditivo de US$470 bi ao FMI para superar a atual crise financeira. O Brasil sozinho contribui com US$ 10 bi. Fica evidente que a verdadeira agenda é ainda de curtíssimo prazo.

3.     Salvar o planeta não estava em jogo. É muita pretensão, para não dizer ironia, acreditar que estávamos ali interagindo e reunidos para salvar o planeta. Só se fosse de nós mesmos (sic.). “Ter que evitar o apocalipse” é na verdade uma grande falácia argumentativa usada justamente pelos grupos de interesses, em alguns casos representados por países, que não querem adotar o sustentável como modelo de desenvolvimento, justamente porque se beneficiam do atual modelo à custa do planeta e da população atual e futura. Se o que estivesse em jogo era salvar o planeta, , qualquer reunião ou encontro mundial já estaria condenado ao fracasso antes mesmo de começar.
O que estava em jogo nas negociações e para quando?
A Rio+20 foi uma reunião para se debater e perseguir uma agenda de desenvolvimento para o planeta, a do tipo sustentável. Tanto é, que o nome do texto resultado da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável é “O futuro que queremos”. Encontrado por enquanto nas línguas oficiais da ONU em http://www.un.org/en/sustainablefuture/.
Nunca é demais afirmar que a Rio+20 não era uma conferência ambiental e sim um encontro, ou integração, de três agendas globais que juntas formam os pilares da sustentabilidade: a agenda social, a agenda ambiental e a agenda econômica. Logo, os países ali reunidos, representados ou não por seus chefes de estado, se encontraram no Rio de Janeiro para combinar para onde ir. A velocidade na tomada desse rumo, gostemos ou não, não estava nas mesas de negociações. A cobrança por acelerar depende de nós, enquanto sociedade civil organizada.
Por uma questão de efetividade, esse encontro deveria ter ocorrido em 2015 e não 2012. 2015 é o prazo de vencimento de duas grande agendas multilaterais: os objetivos do milênio com foco principal na redução da pobreza, fome e doenças como malária e AIDS, e a conclusão da complicadíssima negociação sobre o clima, em virtude da Plataforma de Durban,  aceitada no final de 2011.
Idealmente, teríamos a Rio+23, mas por uma questão de marketing internacional e muita pressão do Brasil como país organizador, tivemos o +20 em relação a Rio92, essa sim uma Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
De qualquer maneira, o horizonte temporal do que foi acordado é o futuro, e o recheio dessa agenda futurista, espera-se, será completado em 2015.
O que diz o documento?
Uma das coisas mais importantes para o entendimento mais completo do resultado “oficial” desse tipo de conferência é saber ler o documento final. São ao todo 53 páginas e 283 parágrafos em linguagem multilateral que, se numa primeira vista pode parecer vago, traz uma série de indicações e alguns compromissos que indicam o caminho da agenda de desenvolvimento nas próximas décadas. Não se pode perder de vista que se trata de uma reunião multilateral e só assim poderia ser, uma vez que cada país individualmente não conseguiria resolver os problemas em questão. Mesmo se conseguisse, só serviria de exemplo, mas o todo continuaria do mesmo modo.
 Abaixo, fiz uma breve análise de alguns temas centrais do acordo assinado:
1.     Fim da pobreza: num mundo onde 20% da população vivem em condições de extrema pobreza, e uma em cada sete pessoas é subnutrida, acabar com a pobreza é tarefa número um de qualquer esforço multilateral de desenvolvimento. Não fosse assim, estaríamos todos assistindo a uma grande hipocrisia coletiva. Tanto é, que logo no segundo parágrafo do documento lê-se: “Erradicar a pobreza é o maior desafio global enfrentado pelo mundo hoje e requerimento indispensável ao desenvolvimento sustentável, ..., libertar a humanidade da pobreza e fome é uma tarefa urgente”. É importante salientar que mesmo reconhecendo o esforço recente dos países de renda média que tiraram da miséria milhões de pessoas na última década (estima-se que as reformas econômicas iniciadas na Índia a partir dos anos noventa tenham tirado mais de 100 milhões de pessoas da miséria e criado uma nova e vibrante classe média), muito do que o documento sugere como ferramenta para essa tarefa ainda está associado às metas do milênio, com horizonte temporal para 2015. As agenda se misturam e não há como ser diferente nesse contexto multilateral. A criação de sistemas de proteção social que reduzem as desigualdades, como o Bolsa Família por exemplo, é considerada peça fundamental nesse esforço, principalmente na África.

2.     Concordância em ter metas de desenvolvimento sustentável: os Objetivos do Milênio (ODM) tiveram a vantagem de serem simples, diretos e principalmente fáceis de serem comunicados e cobrados. Isso explica em parte o grau de adesão dos países em torno desses nobres objetivos. Como eles só vencem em 2015, temos tempo suficiente para em conjunto elaborar as metas que desejamos alcançar agora em termos de desenvolvimento sustentável. Os princípios para construir tal indicador já estão acordados e refletidos no documento, sendo eles: a) orientados para ação, b) concisos e de fácil comunicação, c) de número limitado, d) inspiradores, e e) de natureza global e universalmente aplicável a todos os países considerando suas respectivas condições e prioridades econômicas e políticas. Um grupo de 30 representantes escolhidos pelos países da ONU ficará incumbido de desenvolver tais metas nos próximos dois anos. Espera-se que o próprio exercício de desenvolvimento de tais indicadores entre os países e sob os auspícios da ONU ajude a influenciar as políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento sustentável, uma vez que cada país trará ao debate suas limitações e oportunidades vislumbradas.

3.     A Substituição do PIB: usado desde 1940 para medir o crescimento em termos de produtos e serviços gerados por uma determinada economia, o indicador que aparece diariamente nos telejornais não serve mais como bússola norteadora para a tomada de decisões no mundo em que vivemos, uma vez que não considera a perda de estoques naturais e a poluição gerada pelos processos produtivos. Esperava-se da Rio+20 uma maior ênfase na substituição desse indicador e isso não ocorreu. Em apenas um parágrafo no documento final os países reconheceram a necessidade de novos indicadores que complementem e não substituam o PIB e solicitaram à comissão de estatística da ONU a formar um programa de trabalho que aproveite iniciativas já existentes. É importante lembrar que grandes economistas mundiais como Joseph Stiglitz, Amartya Sen, Jeffrey Sachs, entre outros, vêm trabalhando há anos no assunto. Aqui no Brasil, a FGV-EAESP também vem realizando estudos que possam influenciar políticas públicas federais. Continuar usando o PIB como bússola de desenvolvimento num planeta finito como o nosso é o mesmo que usar um GPS dentro de uma floresta densa que impede o acesso aos satélites de comunicação.

4.     Os bons subsídios: numa Economia Verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, bons subsídios serão aqueles orientados a negócios que por princípio sejam de baixo carbono e reconheçam os limites naturais. São subsídios direcionados às atividades que trazem bem estar social pelo menos igual e preferivelmente maior que as atuais, mas sem gerar emissões, poluentes ou degradação. Se tivermos que depender dos atuais subsídios governamentais, a economia verde ou economias verdes locais e regionais jamais existirão. Em comparação a magnitude de dinheiro público direcionado à indústria fóssil em todo o mundo, o volume de recursos para atividades sustentáveis, ainda que em crescimento exponencial, é inexpressivo. Esse tema poderia ter sido mais abordado no documento com a indicação de uma data para a mudança dessa forma de alocação de recursos. Falou-se em eliminar subsídios à pesca predatória e à indústria fóssil ineficiente que encoraja o consumo desnecessário. Menciona-se também desencorajar subsídios que distorcem o comércio internacional . É pouco, muito pouco.

5.     Os Oceanos: repositório de boa parte da vida no planeta e fundamental para regular os ciclos que mantém a vida por aqui, os Oceanos foram a grande atração da Rio+20. Isso porque, diferente de outros temas de igual importância como mudanças climáticas ou biodiversidade com os quais os oceanos mantém uma ligação direta, a convenção que regula os direitos e as responsabilidades dos países em relação aos Oceanos, a chamada “Convenção sobre o Direito do Mar”, é considerada demasiadamente fraca, principalmente por que foca nos limites continentais de cada país e deixa sem governança uma parte considerável de água salgada além das 200 milhas náuticas de cada país. Apesar das críticas de instituições que trabalham com essa questão, houve sim alguns avanços como: i) uma concordância em analisar os resultados e seguir as recomendações do primeiro diagnóstico integrado global dos Oceanos, previsto para ser concluído em 2014, ii) aumentar os esforços para manter ou restaurar os estoques pesqueiros de tal modo que estes se reproduzam sustentavelmente (acredita-se que mais da metade dos pescados no mundo já esteja completamente explorada e abaixo dos níveis mínimos de reprodução), e, iii) manter o princípio da máxima precaução em relação à fertilização dos Oceanos, essa uma ação da chamada geoengenharia, que poderia trazer consequências catastróficas para a vida nos mares e fora deles.

6.     As florestas: vitais na regulação climática, lar de grande parte da biodiversidade do planeta e estreitamente ligada à agricultura (seja para servir de espaço para culturas agrícolas ou para fornecer água e outros serviços ambientais), as florestas são o melhor exemplo da complexidade dessas grandes negociações uma vez que permearam vários tópicos em debate. O debate ocorrido no domingo, 17 de Junho, no Rio Centro - dito o melhor centro de convenções da América Latina e com certeza o mais bonito e naqueles dias “Território das Nações Unidas”- foi organizado pela própria ONU e apresentou 10 recomendaçõesde um amplo processo consultivo realizado pela internet. Ao seu final, foram escolhidas as seguintes recomendações em negrito (a análise é por minha conta):
a)    Restaurar 150 milhões de hectares de áreas degradadas e desmatadas até 2020: Preferivelmente essa restauração deve ser feita próxima aos cursos d’água, uma espécie de APP (Área de Proteção Permanente) global que conectaria fragmentos florestais, criaria enormes corredores de biodiversidade, além, é claro, de contribuir para a qualidade dos corpos d'água mundo afora. Como exemplo da magnitude dessa proposta, se fôssemos considerar 30 metros de cada lado do rios, teríamos uma extensão de vinte e cinco milhões de quilômetros reflorestados. Se fosse 15 metros de cada lado, estaríamos falando de cinquenta milhões de quilômetros, o equivalente a 7 mil Rios Amazonas em extensão!  Além de ser passível de averiguação em relação ao seu cumprimento, essa proposta também tem a vantagem de ser escalonada com o passar do tempo, enquanto tecnologia e know-how são desenvolvidos. Uma quantidade significativa de profissionais, inclusive pequenos produtores rurais  e suas famílias, seria envolvida no trabalho de reflorestamento. A demanda por engenheiros florestais, técnicos agrícolas, viveiros, sementes de espécies nativas e exóticas seria aumentada significativamente gerando um ciclo virtuoso de emprego e conhecimento. Arranjos entre pequenas empresas e academia seriam multiplicados numa escala nunca antes vista. Em termos de CO2 sequestrado, os números seriam ainda mais surpreendentes: 45 BILHÕES de tCO2e (considerando uma média conservadora de 300t por hectare com a floresta na maturidade), praticamente a emissão mundial total no ano de 2010. Sem dúvida esse seria o maior projeto ambiental do mundo, algo que só poderia ser proposto a partir de um compromisso entre os países membros da ONU.
b)    Promover ciência, tecnologia, inovação e conhecimento tradicional para enfrentar o principal desafio florestal - como torná-las produtivas e não destruí-las: esse objetivo fala por si só.
c)  Desmatamento líquido zero até 2020, respeitando os direitos e os conhecimentos das pessoas que as habitam e das florestas que dependem, respondendo por suas respectivas necessidades de desenvolvimento sustentável. Uma ressalva importante nesse ponto é não justificar incentivos ao desmatamento de vegetação nativa, como na Amazônia, por exemplo, “compensado” por reflorestamento de monocultura. Esse saldo líquido pode ser alcançado até 2020 e o Brasil está mostrando o caminho hoje no mundo, dada a queda averiguada das taxas de desmatamento nos últimos seis anos.

7.     Os instrumentos de gestão: de modo a gerir as ações que levarão ao cumprimento dos importantes compromissos assumidos na Rio+20, ou seja, a governança global desse processo, destacou-se a criação fórum político intergovernamental cuja instalação é setembro de 2013, quando terá início a 68ª Assembleia Geral da ONU. Esse Fórum tem potencial transformar a agenda de desenvolvimento rumo à dita “Economia Verde”. Isso se dará principalmente se tiver a participação efetiva da sociedade civil organizada: ongs sociais e ambientais, sindicatos, movimentos sociais, organizações empresariais, organizações acadêmicas e científicas em pé de igualdade com os Estados. Além disso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi fortalecido, mas não transformado em agência como alguns estudiosos do processo aconselhavam pré Rio+20.
As conclusões e o que esperar daqui pra frente
No dia 23 de Abril de 1992, o naturalista, professor, político e, por que não, herói brasileiro, Paulo Nogueira Neto, detinha o cargo de maior importância na organização e articulação da Rio-92 no Brasil. Ele anotou em seu diário pessoal o seguinte pensamento:
A Rio-92 pode vir a ser bem sucedida, mas até o momento não conseguiu obter um grande consenso. Pensando bem sobre o assunto, devemos considerar como resultado válido, ou aceitável, qualquer acordo de ordem geral que represente um progresso sobre a situação atual. Não devemos esperar nada de espetacular, mas sim uma série de primeiros passos. Expectativas modestas geram satisfação e encorajam novos passos.”
A partir desse pensamento, felizmente registrado num belo livro, é possível chegar a três conclusões em relação a esse grande encontro planetário ocorrido no mês de junho no Rio de Janeiro:
1.     Não houve retrocessos: o grande perigo de uma negociação multilateral, em que os países têm evidentes discrepâncias econômicas, sociais, políticas, e devem decidir por consenso, é o de a agenda regredir. O mínimo denominador comum sempre irá prevalecer nessas decisões e esperar algo diferente é simplesmente uma expectativa infundada. Temos em mãos um documento acordado por todas as Nações do planeta intitulado: “O Futuro que queremos”. Temos uma agenda, e é a partir dela que devemos planejar o nosso desenvolvimento daqui para frente.

2.     Falta um elemento fundamental: reconhecer que o planeta tem limites. Em nenhum momento do documento foi feita essa constatação óbvia e fundamental. A dificuldade reside no fato que tal constatação nos obriga a enfrentar o “espinhoso tema da redistribuição dos recursos do globo”. Tecnologia e novas formas de produção e consumo têm o potencial de nos deslocar de uma rota de colisão, mas enquanto não tratarmos de frente o problema da finitude desse planeta que habitamos, da finitude da água limpa, do espaço na atmosfera, dos recursos pesqueiros, entre tantos outros, mais do que comprovada pela moderna ciência, viveremos na ilusão de que sempre é possível mais. Não reconhecer que o planeta e os recursos a nós disponíveis são finitos é não reconhecer que nossa forma de civilização é inviável no longo prazo.

3.    Os verdadeiros líderes ainda não estão no poder: não há mudança sem liderança. O que assistimos no Rio de Janeiro nos últimos três dias de Conferência, em geral pelo telão dado o forte esquema de segurança, foi um conjunto de declarações de chefes de estado, e não de lideranças legítimas desse novo modelo de desenvolvimento em discussão. Em muitos casos, chefes de estado eleitos, ou não, para defender justamente o capital e os interesses da indústria fóssil. A ausência de Barack Obama (EUA), Angela Merkel (Alemanha), David Cameron (Inglaterra) e Vladimir Putin (Rússia) apenas exemplificou essa constatação. Em todas as grandes rupturas ocorridas na história é possível apontar uma ou mais lideranças espirituais, intelectuais e práticas que estiveram à frente de seu tempo: Joaquim Nabuco no fim da escravidão no Brasil, Gandhi na independência das colônias britânicas no século XX, Mandela mais recentemente no fim do apartheid, para citar só alguns exemplos. Acredito que vivemos um gap geracional, e que existem sim homens e mulheres que ainda vão ocupar cargos de poder a altura do desafio que temos nesse século. Vou mais além, acredito que essas pessoas só já não ocupam tais espaços porque ainda são muito jovens, em geral têm menos de 30 ou 40 anos de idade. É justamente nas mãos dos jovens que reside o futuro que queremos.